Um novo Natal para pensar

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Ser feliz em tempos de natais repetidos ou enfadonhos, onde se troca a essência por subsistência, orações por presentes, dar e receber votos superficiais, nem de longe representa o verdadeiro espírito de Natal.

Estamos na melhor época, para enviar e receber mensagens, as mais variadas, como desejos de paz, alegria, algumas muito sinceras, outras nem tanto.

Tudo parece feliz, nestes dezembros febris.

Mas, se formos ao limite de nossas expressões, enviamos e recebemos palavras que nos contradizem o tempo todo.

Ser feliz em tempos de natais repetidos ou enfadonhos, onde se troca a essência por subsistência, orações por presentes, dar e receber votos superficiais, nem de longe representa o verdadeiro espírito de Natal.

Se estamos plenos do respeito ao próximo, bem-estar por pertencer a uma sociedade que respeita animais e plantas, que cuida e preserva o meio ambiente, então este será um novo natal.

Mas é isso mesmo o que vemos?

Aliás, poderia haver Natal feliz, sem o mais absoluto respeito à natureza e a tudo o que nos cerca? Não seria esta a mais viva expressão da criação de Deus? Porque continuada a sua destruição, logo não teremos sequer presépios para montar.

Começando por reciclar nossos pensamentos, é uma boa opção quando ouvimos nossas religiões dizerem que somos eternos e que o nosso paraíso não é aqui. Por quais razões deveríamos zelar pelo nosso entorno, preservar o meio que nos sustenta, se nossa casa fica em outro lugar? Haverá um céu distante que nos aguarda, depois de destruirmos o que nos foi dado?

Creio que Céu nenhum!

Este é o momento em que a sustentabilidade passa a ser um valor Cristão como os demais, por que preserva, por que não descarta, não destrói, por que faz retornar bens e objetos, que teriam como destino certo a vala do esgotamento de recursos em que a Terra nos oferece.

Ser sustentável, portanto, não seria uma forma de estar mais próximo à Deus?

Reflita em sua vida o quanto sustentável são seus gestos e ações e converta-se a causa, para um ideal de um novo homem, alinhado com o próprio Cristo, filho do Criador de tudo e a quem todas as folhas e gotas de chuva são de seu conhecimento.

Assim como o nascimento do seu filho nos remete a um novo ciclo de vida, da mesma forma é possível reiniciar, refazer, retornar, recomeçar, tudo o que nos foi confiado por Ele, pelo cuidado com a natureza e pela proteção e gratidão, a todos aqueles que a cuidam.

Converta-se à sustentabilidade, portanto!

Antes de tentar salvar o mundo, salve o que o mantém vivo em sua casa, o meio ambiente ao seu redor, o verde que o cerca.

Revisite seus pensamentos, não os resista, não os negue, apenas faça-os mostrar e os apresente ao seu próximo, mais próximo, convencendo-o a preservar a nossa aldeia, nosso planeta, que já demonstra cansaço com seus inquilinos.

E não espere pela sua segunda vinda, se assim o crê, destruindo o que nos foi confiado. Antecipe-se, renove-se. Ajude a preservar o ar em que você respira para que na volta de Cristo Ele possa o respirar igualmente.

Mas se você o aguardar de verdade, em primeiro lugar, coopere com o ambiente, preserve a sua volta, sendo um bom convidado à vida, o que de fato você é. Um aliado da natureza e não o seu algoz.

Amar o meio ambiente sobre todas as coisas…

Lute para que este mandamento não se torne o mais importante, sem demora, em nome da sobrevivência da humanidade.

Seja um cristão sustentável por inteiro!

Se possível, um feliz natal!

Autor: Nelceu Zanatta, autor da crônica ‘Há ódio demais, há terror e mísseis demais. Temos de parar esta guerra. Comecemos rezando?”: https://www.neipies.com/ha-odio-demais-ha-terror-e-misseis-demais-temos-de-parar-esta-guerra-comecemos-rezando/

Edição: A. R.

2 COMENTÁRIOS

  1. Um texto que possibilita reflexões alinhadas com os clamores do Papa Franscisco, voz muito lúcida que defende a vida fazendo uso de uma teologia que faz ecoar sentido ao profetizar: denunciando a destruição, a poluição causada pelo consumo em prol de uma economia liberal; anunciando Deus encarnado nos pobres da terra, criador de todas as formas de vida, presente no verde das matas, na beleza das flores, no revoar dos pássaros, testemunhando amor cuidado.
    Gratidão amigo Nelceu pelos seus escritos que nos edificam.

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