Sete ajudas e sete desajudas das religiões

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Reafirmo o quanto é mais enriquecedor viver em sociedades plurais, nas quais surgem as mais diversas formas de pensar, e como são empobrecedoras as sociedades singulares, nas quais temos de nos enquadrar a um único e intolerante modelo.

Inúmeras vezes, na função de médico psiquiatra e de professor de medicina, fui perguntado se as religiões ajudavam ou desajudavam na saúde e na qualidade de vida das pessoas. Por isso, e já faz tempo, coloquei no papel sete fatores positivos e sete negativos.

Faço parte daqueles que acreditam que as religiões tolerantes ajudam, e que as religiões intolerantes desajudam.

Religiões tolerantes ajudam ao oferecer às pessoas:

1. Rede de apoio social.

2. Alívio da sensação de solidão pelo pertencimento a um grupo.

3. Reforço, para aqueles que assim desejam, da sensação de estar protegido por um ser superior.

4. Comportamentos saudáveis em relação ao uso de álcool e outras drogas.

5. Um sentido para o sofrimento e para a morte.

6. Rituais para superar lutos por perdas vitais de familiares e amigos.

7. Ideias de solidariedade, amor ao próximo e tolerância.

Religiões intolerantes desajudam ao incentivar:

1. Ideias sectárias de superioridade do próprio grupo e de inferioridade dos demais.

2. Preconceitos e discriminações que dividem a sociedade de forma maniqueísta entre bons/certos e maus/errados.

3. A rejeição a pessoas homoafetivas, mesmo se desejosos de participar da vida religiosa.

4. O acobertamento de práticas criminosas produzidas por seus membros, como o caso da pedofilia e da exploração financeira.

5. Práticas rituais emocionalmente muito fortes que podem desencadear surtos psicóticos.

6. Condutas morais inatingíveis, que geram comportamentos hipócritas.

7. O combate à laicidade, que assegura a separação entre o Estado e a Igreja, garantindo a proteção de se crer em outras religiões, no agnosticismo e no ateísmo.

Finalizo reafirmando o quanto é mais enriquecedor viver em sociedades plurais, nas quais surgem as mais diversas formas de pensar, e como são empobrecedoras as sociedades singulares, nas quais temos de nos enquadrar a um único e intolerante modelo.

Autor: Jorge Alberto Salton

Edição: A.R.

1 COMENTÁRIO

  1. Ótimas colocações, concordo cem por cento com suas ideias, porque deve vir em primeiro lugar o respeito a quem pensa diferente.

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