Ideias para incorporar o Ensino Híbrido

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Para impulsionar a motivação, o engajamento e a colaboração é preciso agregar estratégias de aprendizagem contextualizadas, significativas e centradas nos estudantes.

A transformação digital em andamento oferece múltiplas oportunidades para ampliar as abordagens na educação. O ensino híbrido emerge como uma alternativa para superar alguns dos desafios associados à incorporação das tecnologias dentro e fora da sala de aula.

Alguns desses desafios estão associados à dificuldade de harmonizar as abordagens pedagógicas e os suportes tecnológicos. Além de promover uma extensão dos momentos e ambientes de aprendizagem. Quando mal gerenciadas elas podem causar baixos níveis de motivação, poucas chances do desenvolvimento de habilidades, pouca colaboração, subutilização de equipamentos, entre outros fatores.

Para impulsionar a motivação, o engajamento e a colaboração é preciso agregar estratégias de aprendizagem contextualizadas, significativas e centradas nos estudantes. Para ajudar na incorporação e harmonização entre o digital e o presencial, compartilharmos a seguir dicas para você incorporar o ensino híbrido à sua prática docente.

Preparar para a mudança

Incorporar experiências de aprendizagem centradas no estudante é um desafio para toda instituição. A resistência à mudança e a quebra de paradigmas pode ser realizada por meio de ações graduais e engajadoras. Abaixo, listamos alguns exemplos de abordagens que podem ser adotadas para facilitar o processo de mudanças para uma aprendizagem centrada no estudante.

1. Hora do gênio

Reserve um período semanal e solicite aos estudantes que estruturem e definam um plano de pesquisa sobre um assunto relacionado ao tema a ser estudado.

2. Momentos e Espaços “Maker

Elabore momentos dedicados à criação e a criatividade. Utilize materiais e equipamentos que permitam aos estudantes aplicarem os conhecimentos e desenvolverem habilidades relacionadas às áreas estudadas. Caso seja possível, recomende a criação de um espaço destinado à estas atividades. Eles podem ser elaborados com materiais básicos, recicláveis e de baixo custo (maquetes, jogos, eletrônicos, pontes, etc).

Quer criar um espaço maker baratinho? Existem vários kits disponíveis e encorajamos você a fazer uma pesquisa na internet. Nós achamos interessante o RUTE, kits eletrônicos para educação “maker” com opções acessíveis que variam entre R$6 e R$39 reais.

3. Hora do show

Crie projetos de pesquisa orientados. Neles os estudantes oferecerão minicursos sobre temas e/ou habilidades que eles dominam. É possível trabalhar com diferentes níveis educacionais e integrar o ambiente educacional. Por meio dos cursos é possível associar conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas aos temas de estudo.

Fomentar a autonomia e o protagonismo

Para a incorporação do ensino híbrido é preciso incentivar e oferecer aos estudantes mais opções sobre o que eles estudam e diversificar as maneiras como eles produzem o conhecimento.

4. Participação em concursos e olimpíadas do conhecimento

Ofereça aos estudantes desafios estimulantes. Promova a extensão da sala de aula com pesquisas e aplicações de conhecimentos. Harmonize os momentos presenciais e online. Trabalhar com problemas reais do cotidiano, criar planos e projetos, além de refinar as investigações com metas específicas e com entregas, podem ser uma alternativa para explorar os interesses dos estudantes com resultados baseados em padrões.

5. Combinar a aprendizagem personalizada com a baseada em projetos

Ao trabalhar com a aprendizagem baseada em projetos é possível combinar a personalização ao determinar o papel e as metas de cada estudante no desenvolvimento do projeto. Conceitos como gestão do tempo, organização, colaboração e pensamento crítico são estimuladas em atividades como estas.

6. Promover o pensamento de “designer”

Estimular a prática de soluções futuras e imaginar protótipos pode ser uma ótima alternativa para se trabalhar com atividades integradoras e estimulantes. E nesse sentido, as estratégias de pensamento de design, como por exemplo, a metodologia de design thinking, podem ser de grande valia para a orientar essas criações.

Extensões e comunidade

7. Promover o aprendizado baseado em resolução de problemas

Trabalhar com problemas da comunidade do entorno da instituição. Essa pode ser uma alternativa para que os estudantes apliquem o conhecimento de diversas áreas para o desenvolvimento de soluções relacionadas à problemas sociais, econômicos, ambientais e cívicos.

Traçar caminhos em diferentes ritmos

8. Promover a aprendizagem adaptativa

Com o suporte de plataformas adaptativas é possível identificar, através de avaliações e acompanhamento das atividades online dos estudantes, quais assuntos precisam ser revisados por eles. Desse modo, é possível respeitar o tempo de aprendizagem de cada estudante. Acelerando, desse modo, o diagnóstico, acompanhamento do progresso e o trabalho personalizado com a orientação adequada para cada caso.

9. Criar a aprendizagem baseada em lugares

Aproveite a globalização e a geografia para criar uma aprendizagem personalizada autêntica, significativa e atraente para os estudantes. Crie uma experiência de aprendizagem imersiva e incentive-os a pesquisar a história, geografia, culturas, oportunidades e experiências locais. Pode-se usar a saída de campo em sua localidade ou escolher países e regiões de interesse. Todas as informações servirão de base para associar os estudo com todas as áreas de conhecimento.

10. Incentivar a aprendizagem baseada em competências

Crie atividades instigantes que trabalhem os conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para o desenvolvimento do estudante. Essa abordagem propõem a reestruturação curricular e a promoção de uma formação integral e transversal. Permitindo ao estudante desenvolver as competências necessárias e úteis para o exercício profissional e de cidadania.

Compartilhando saberes

Todas essas dicas podem ser combinadas e adequadas ao seu contexto. É preciso avaliar com quais você se identifica e convidar os colegas professores para entrar nessa jornada de transformação.

Sabemos que Iniciar um processo de mudança sempre exige um grande esforço inicial. Além de uma análise prévia minuciosa para garantir a escolha certa. Essa mudança paradigmática dos currículos e do processo de ensino e aprendizagem são temas que têm se destacado nas últimas décadas. Preparar os colegas da equipe de professores e planejar as ações de acordo com a realidade da instituição garantem um caminho mais seguro nessa jornada!

Se você conhece alguma iniciativa de sucesso ou já participa de uma, compartilhe conosco sua experiência! Deixe o seu comentário abaixo e ajude os colegas!

Lembre-se:

“Se você continuar a fazer o que sempre fez, vai continuar a conseguir o que sempre conseguiu.” – Tony Robbins (1994)

“O Brasil, na última década, vem discutindo a importância das redes de ensino fazer maior uso das tecnologias no processo de aprendizagem dos estudantes. O fato é que nem todas as redes de ensino, nem todos os professores e nem todos os estudantes estão vinculados a estas ferramentas ainda. Por que demoramos tanto? Por que ainda não incorporamos, de forma mais efetiva, as ferramentas tecnológicas nas práticas docentes como aliadas ao aprendizado no século XXI?. Leia mais aqui!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ROBBINS, T. Passos de Gigante. 1° ed. Best Seller: São Paulo, 1994.

AUTOR: Kamil Giglio

Edição: Alex Rosset

Assessor pedagógico das editoras Ática, Saraiva e Scipione para a rede pública. Professor Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento (UFSC/Hochschule Rhein Main. Mais de 10 anos de experiência em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (projetos nacionais e internacionais associados à Educação). Desenvolvimento e coordenações de projetos interdisciplinares. Mais de 30 publicações - nacionais e internacionais)

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