Um sonho para viver, um amor para cuidar

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Aprendo que o maior defeito é o auto-engano,
o desespero diante de si mesmo.

No meu silêncio residem todas as possibilidades: verdades nunca ditas, lágrimas guardadas e sorrisos que aguardam os dias e os motivos certos. Aqui, nem sempre tudo é alegria, também não é só saudade ou melancolia.

Já foi. Hoje busco me reconstruir limpando os medos e os demônios que alimentei.

Aqui e ali há de se ter um sonho para viver, um motivo para rir e um amor para cuidar, de preferência, em primeiro lugar, o amor próprio.

Não é que eu não tenha medo, angústia ou viva em fantasias incoerentes com o que é real. Trata-se, bem mais, de coerência, de aceitar o que é e tentar o que pode ser e me faz bem. “- Permita-se!”; ecoa no meu silêncio inquieto o grito da vontade e potência.

E assim, ouvindo-me em meu silêncio, reaprendo a falar e a ser. Aprendo a escolher o que deve ser dito, feito, silenciado ou desfeito. Aprendo que o maior defeito é o auto-engano, o desespero diante de si mesmo.

Aprendo que não sou um super-homem, mas que também não sou o vilão. Aprendo que não é uma guerra, é apenas a vida se entregando entre silêncios e ruídos, entre o que posso ou não.

Outras anotações da vida em marcha

Com muitas oportunidades fluidas, arcabouços da imaginação, deslizava olhares entre a multidão. Os seres, perfilados em aguardo contínuo, identificavam-se pela diferença.

Nativos, estrangeiros, estranhos e indefinidos, buscam na arte um abrigo para o espírito intangível de si mesmos. As diferentes matizes epidérmicas, as estaturas variadas, os olhos em diversos ângulos terminados, as vestes multicores, os “pseudomono” sempre poliamores, os veículos em ruídos desafinados e os transeuntes móveis, tudo e todos, parados.

Teria a arte, em traços, estagnado o aparente movimento ou tudo flui em mudança perpétua? Não sabia dizer.

O olhar, detido em esguio corpo da qualidade do de Vênus, lia nos lábios o que é uno entre o múltiplo, o que é real entre o imaginário, o que é estanque entre o móbil, o que é sabido entre o ignóbil.

A fila seguiu marcha e, outra vez, mais uma oportunidade foi perdida ou ganha porque sempre haverá algo mais oportuno para justificar a decisão.

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