A ciência e o conhecimento se consolidam
como um antídoto contra os charlatões e
picaretas que exploram a ignorância alheia.

 

“A verdade pode ser intrigante. Pode dar algum trabalho lidar com ela. Pode ser contraintuitiva. Ela pode contradizer preconceitos profundamente enraizados. Pode não se coadunar com o que queremos desesperadamente que seja verdade. Mas nossas preferências não determinam o que é verdade”. (Carl Sagan)

Começo minha reflexão com essas linhas, com uma dentre tantas frases que ficaram marcadas pela sabedoria deste grande cientista e divulgador da ciência moderna. Tão importante quanto querer saber a verdade, é nos livrarmos de todo o preconceito e senso comum que teimam em velar nossos sentidos, e tentarmos olhar na direção da realidade, criando assim, as condições necessárias para que a lucidez e o conhecimento prevaleça. Conhecimento este, que como diz Milton Santos também se dá pela intuição, mas sobretudo pelo estudo.

A verdade independe de nossa vontade, e conforme Neil de Grasse Tyson, saber como pensar nos empodera muito mais do que apenas saber o que pensar. Assim, a ciência e o conhecimento se consolidam como um antídoto contra os charlatões e picaretas que exploram a ignorância alheia.

O pensamento não pode ser mecânico, imediatista, nem tão pouco polarizado, ao contrário, deve ser elaborado, ponderado, relativizado, onde na fricção de ideias contrárias surjam novas ideias que possam transformar a realidade ou trazer um novo prisma sobre esta.

O conhecimento pode ter o impacto de um meteoro, mas também pode ser encantador como uma poesia, e na “nossa” prática diária como docente temos o dever, de através do ensino impactarmos a vida de nossos alunos, sem esquecer de trazer consigo também o encantamento.

Acredito que o conhecimento tem o propósito de atrair e incentivar as pessoas para a busca do novo, sem nenhum trauma, humilhação ou opressão. Talvez esse seja o ensino que liberta o indivíduo, que demonstra amor pelo próximo e pelo coletivo, e que como diz Paulo Freire impregna de sentido aquilo que fazemos a cada instante.

Ao se desenvolver um processo de ensino-aprendizagem dessa forma, construímos em nós mesmos e nos nossos interlocutores o compromisso social e moral do intelectual, que aliás, está acima do compromisso do cientista, visto que este nem sempre está comprometido com a ética. Como?

Imaginemos então Wernher von Braun, engenheiro aeroespacial brilhante, com conhecimentos avançados em física, matemática, astronomia, mas que em sua prática desenvolveu armas e foguetes para o exército nazista, para uma causa fascista. Pergunto: Estava esse senhor comprometido moralmente com a sociedade? – Já imagino sua resposta – Agora, compare a prática desse indivíduo com qualquer um desses, agora sim, intelectuais que eu citei logo acima. Aí está a diferença!

Abraço, e já que comecei com ele, divido mais uma com os amigos pra terminar: “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.” (Carl Sagan)

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