Basta de destruição da Escola Pública!

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Retirada dos projetos da Assembleia e realização
de um verdadeiro diálogo com a sociedade e
comunidades escolares para vermos qual o
melhor caminho para a educação.
Este que aí está nos coloca num
impasse sem saída!


Uma profunda tristeza paira sobre o ambiente escolar. Quando se pensava que mais não seria possível perder, “vem a enxurrada e leva tudo”.

Pode-se fazer essa analogia com as enchentes quando atingem pobres que já tem tão pouco, pois vínhamos mostrando nos dados do Observatório da Educação, publicado pela Comissão de Educação da AL este ano, que o processo de desinvestimento era grave e que impactava a educação pública do Rio Grande do Sul desde os espaços físicos até a condição de qualificação e sobrevivência  dos profissionais; que empobrecia a experiência pedagógica resultando em maior abandono e reprovação escolares, em maior distância da educação de qualidade que nossos estudantes merecem.

Apontávamos que as primeiras medidas do novo governo aprofundavam esse sentido ao fechar bibliotecas escolares, ao deixar de fazer concurso para professores, funcionários e especialistas, bem como de profissionais para realizar as obras necessárias e urgentes – a ponto de perder recursos por conta disso!

 Sem responder à necessidade de qualificar a educação, sem sequer cumprir a promessa de colocar em dia os salários, agora o governo apresenta projetos propondo um achatamento profundo na carreira, desestimulando a formação e experiência, descontando mais dos aposentados e fragmentando mais ainda o cumprimento da carga horária dos professores. Com isso, desencadeou uma greve sem precedentes, tamanho o apoio dos e das estudantes, das comunidades escolares e da solidariedade de toda a sociedade!

Sem proposta pedagógica para a educação pública, o governador defende sua entrega à iniciativa privada.

Ele que foi aos Estados Unidos conhecer as Escolas Charters, precisa ler o balanço que faz Diane Ravitch, da Universidade de Nova York, ex-secretária assistente de Educação de Bush e apontada por Clinton para a Junta Nacional que supervisiona as testagens federais, no livro Vida e morte do grande sistema Escolar Americano, para saber como fracassam essas experiências e como os Testes Padronizados e o modelo de mercado empobrecem a educação.

Recente publicação da nova matriz curricular para nosso Estado, dando ênfase ao Português e à Matemática – medidos por testes – direciona para esse caminho que colocou os EUA atrás dos seus paralelos no ranqueamento mundial da educação.

É urgente a retirada dos projetos da Assembleia e a realização de um verdadeiro diálogo com a sociedade e comunidades escolares para vermos qual o melhor caminho para a educação. Este que aí está nos coloca num impasse sem saída!

Professora municipal de Porto Alegre e Deputada Estadual

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