Do apagão à esperança. Viva as Professoras e os Professores!

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Se resta esperança na educação é porque professores resistem e existem, inventam e reinventam a luta e a pedagogia, carregam sonhos e movem-se pela utopia do direito de todos e todas as crianças, adolescentes e jovens à educação de qualidade, à aprendizagem e desenvolvimento integrais para uma vida de direitos, sem violência.

O iminente apagão de professores é título das reportagens retratando pesquisa recente que mostra a diminuição drástica de ingressantes e formandos nos cursos de licenciatura no Estado do Rio Grande do Sul. Já há evidências dessa falta em todas as escolas estaduais e municipais de Porto Alegre, por exemplo. Muitos e muitas dos formados não se dispõem mais a ocupar vagas temporárias e precárias – que são práticas recorrentes desses gestores.

A baixa atratividade das carreiras e salários somados à complexidade crescente da atividade de educar, às cobranças frequentes por resultado e a imposição de métodos e rotinas pedagógicas, têm desestimulado até os e as formados/as, que dirá os que olham seu futuro no momento de optar por seu curso e área de atuação profissional.

As notícias da educação são majoritariamente ruins: aulas no escuro, salas com goteiras, prédio interditado de escola interrompe aulas; a internet não é suficiente, a biblioteca está fechada; mães e pais se queixam que estudantes saem mais cedo todo o dia – faltam professores; só servem lanches simples na escola – a fome atrapalha a sala de aula; os salários estão congelados e todos que trabalham com educação estão endividados;  a aposentadoria minguou e tirou esperanças de uma vida digna depois dos anos de trabalho e no cotidiano as tarefas só aumentam.

Hoje a profissão de professor e professora faz sucesso como conteúdo cômico de stand up, nas plataformas virtuais e teatros, onde o talento de artistas promove diversão e gargalhadas ao relatar as inúmeras mazelas de seu cotidiano.

As mudanças educacionais sem diálogo nenhum desrespeitam a autonomia e autoria intelectual das professoras e professores, esvaziam o Planejamento Político Pedagógico das Instituições Escolares, resultando em improviso, fragmentação e desestímulo generalizado. “Temos que dar conta dos “Projetos de Vida, sem poder projetar as próprias vidas”, afirmam.

Nenhum governante vai melhorar os indicadores educacionais agindo desse modo. Por isso, nossa denúncia, mobilização e defesa da gestão democrática são formas de homenagear as professoras e os professores.

Acreditamos que, se resta esperança na educação é porque professores resistem e existem, inventam e reinventam a luta e a pedagogia, carregam sonhos e movem-se pela utopia do direito de todos e todas as crianças, adolescentes e jovens à educação de qualidade, à aprendizagem e desenvolvimento integrais para uma vida de direitos, sem violência. A eles, a elas, nosso respeito, apoio e parceria!


Autora: Sofia Cavedon

Edição: A. R.

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