As mães são mãos que cuidam

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Essas mulheres que decidiram ser mães estão no início do processo do viver, unificam o amor e o cuidado, como mãos que se cruzam e se tocam para sustentarem a continuidade de pessoas no mundo. São mãos que cuidam.

Pensemos na rima da emoção, a que vincula māe e cuidado. Não dá para imaginar de outra forma. Pensar em māe e nas diferentes formas de maternidade é trazer à cena a palavra cuidado. Isto se explica, porque amar é cuidar e o amor de māe é incondicional, tal como a palavra cuidado. São sentimentos sem limites objetivos. Eles dançam juntos, no coração das mães.

Amar é cuidar, síntese de maternar.

O cenário do mundo, as fases da história, os tempos do cotidiano expressam, de várias formas, o amor de mãe como amor de cuidado. Ainda que as mulheres vivessem inúmeros anos de forma submissa, nas famílias e sociedades ancestrais, não deixavam de expressar os ritos do amor e do cuidado com sua prole.

Seja em cenários de guerra, no palco da festa ou na despedida dos filhos que partem em busca de seus projetos, as mães são a presença de cuidado. Partilham seus conselhos, seus alertas, seus abraços, suas lágrimas, seus sorrisos, suas preces. Apresentam-se no palco do mundo, nessa valsa da vida, que dança em seus corações como seres de cuidado. Esse cuidado exige resistência, carinho, serenidade, firmeza, paixão e compaixão com todas as nuanças que aparecem no limiar dessas emoções e atitudes.

A mãe não é uma super mulher, nem pode ser, pois sua humanidade é plena. Ela é uma pessoa com todos os limites e grandezas, como todos os humanos. Sua singularidade é o fato de acolher no seu corpo a vida em gestação, vidas que saltam de seu ventre para viverem a própria vida, construindo suas histórias.

As mães são desafiadas a navegar na direção de seus medos com resistência, ousadia e serenidade. Desafio de uma maternidade lúcida e louca, em tempos convulsionados até mesmo pelas novas versões da inteligência artificial, mais artificial que inteligente.

Essas mulheres que decidiram ser mães estão no início do processo do viver, unificam o amor e o cuidado, como mãos que se cruzam e se tocam para sustentarem a continuidade de pessoas no mundo. São mãos que cuidam.

Autora: Cecília Pires

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