As crianças deveriam ser amadas por existirem, não pela forma que se comportam

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Que as nossas crianças possam se sentir vivas e que existam com um corpo e um espírito cheios de amor pelo mundo e do mundo por elas.

Para iniciar este ensaio que trata de um tema tão importante às nossas sociedades eu trago o poeta Vinicius de Moraes com o seu poema “O ar (o vento)” nos seus belos versos que dizem “Estou vivo mas não tenho corpo / Por isso é que não tenho forma / Peso eu também não tenho / Não tenho cor.”

Nós, adultos, nos comportamos muitas vezes de forma tão feia, vexatória e escandalosa e ainda assim temos sempre alguém que diz nos amar. O pior é que quando quem nos ama nos larga fazemos o maior escândalo, e somos tão egoístas que muitas vezes matamos a pessoa que dizia nos amar, como acontece nos feminicídios. Eu pergunto, isso é realmente amor?

Nos embriagamos e brigamos com a pessoa que dizia nos amar causando vexame em público. Também perdemos a cabeça e acabamos fazendo coisas horríveis em nome do amor.

Quantas crianças você já viu ficar de birra implorando o seu amor?

As crianças imploram amor através das suas emoções que podem ser expressas no choro demasiado sem causa, no xixi na cama quando já grandinha, na febre ou na dor de cabeça. Elas dizem que precisam de amor quando ficam sempre junto de você querendo o seu abraço ou aconchego porque criança não sabe ser violenta, ela aprenda com os pais a ficar com raiva, xingar e bater nos amiguinhos ou adultos próximos.

Qual o problema das crianças tirarem notas baixas na escola ou ficarem de birra o tempo todo? Só por isso elas vão ser menos amadas? O amor não escolhe comportamentos, tanta gente educada ama outras grosseiras e ridículas, ele nasce apenas pela existência daquela pessoa, e assim deve ser com as crianças, amor à primeira vista desde o nascimento até que ela não precise mais de você, se é que vai existir esse dia.

Que as nossas crianças possam se sentir vivas e que existam com um corpo e um espírito cheios de amor pelo mundo e do mundo por elas. Que nas suas levezas sejam as cores que pintarem nos seus espíritos em formação quando se sentirem amadas porque deverão sempre sentir o amor tão grande amor.

Amar uma criança parece fácil para alguns, mas quando surgem as necessidades do dia a dia, os desafios, os medos, as tempestades de raiva e impulsividade e as famosas birras que hoje estão tão em moda nas redes sociais muitos percebem que não é tão fácil assim. Deixar de ir ao baile com os amigos para ficar em casa com a criança que não tem com quem ficar, deixar de comprar aquela bolsa bonita para comprar o brinquedo que a criança deseja.

Em toda relação de afeto precisamos saber fazer renúncias muitas vezes em nome do amor. Tantas vezes já me peguei pensando se realmente sabemos amar as nossas crianças. Uma vez uma amiga me questionou dizendo que todo mundo sabe amar uma criança. Eu não acho que seja tão fácil assim. Primeiro que criança dá trabalho e nos rouba a paciência. Elas são seres pequeninos e, geralmente, irresponsáveis porque ainda não sabem lidar direito com normas e horários e que precisam de cuidados e atenção a todo tempo, coisa que não podemos mais lhes oferecer nos dias de hoje.

Na verdade, não sabemos nem mesmo como nos amar, imagine a amar uma criança que vem cheia de dúvidas intrigantes para as nossas vidas e toma todo o espaço que antes era só nosso e agora temos que dividir com elas. Rouba o coração do nosso parceiro, desarruma a casa e a vida da gente. Quantos de nós não já saímos à meia-noite para irmos à procura de uma farmácia por que a criança estava com febre? Chateados, reclamões, abusados somos nós diante do nosso conforto e comodismo.

Diz o filósofo grego Sócrates “conhece-te a ti mesmo” isso para que possamos aprender a nos amar de verdade. Se no primeiro sinal de que algo deu errado perdemos a cabeça e não sabemos o que fazer, logo percebemos que não nos conhecemos como deveríamos. Como podemos nos amar se não nos conhecemos necessariamente? E além, como podemos amar uma criança se nãos sabemos nem nos amar de verdade?

Parece que as pessoas estão esquecendo como se ama verdadeiramente um outro ser e isso é um problema sério às nossas sociedades.

Para amar não é somente cobrir a pessoa de mimos e carinho. É uma renúncia de quase tudo o que fazíamos antes para aprendermos a lidar com a subjetividade daquele ser com quem passamos a compartilhar os nossos dias. É um sentimento que sai das profundezas da nossa alma e toma conta de toda a nossa existência.

Amamos simplesmente por amar sem exigir nada de ninguém é por isso que devemos amar as nossas crianças sem cobranças de comportamentos ditos adequados na presença de visitas ou em meio ao público. A criança vai se comportar do jeito que ela se sentir confortável ao lado de quem quer que seja e nem por isso será menos amada. É assim porque tem que ser assim quando se ama uma criança.

Sem contar que criança em casa além de desarrumar tudo faz uma bagunça na vida da gente. Muda o nosso ritmo de dormir, de se alimentar e de até mesmo assistir televisão. Tem gente que adora criança, mas só as das suas visitas e nem sempre elas são bem-vindas porque mexem em tudo o que é alheio.

Costumamos gostar das crianças comportadas.

Aquelas que ficam sentadas quietinhas no sofá enquanto beliscamos carinhosamente as suas bochechas e elas sorriem, felizes. Por essas, logo criamos afeto e costumamos dizer que são lindas e meigas como se toda criança não fosse linda. Esquecemos que muitas vezes as crianças quietinhas e tímidas carregam problemas emocionais assim como as que fazem muita birra e xixi na cama até certa idade.

Toda criança deve gostar de brincar, correr, se sujar, pular, subir em árvores e gritar. Esta é a verdadeira criança feliz. E para que ela cresça mais feliz ainda nós adultos devemos dedicar-lhes parte das nossas vidas. Estamos preparados para isso? Vejo mulheres jovens hoje em dia sendo mães. Deixando os seus filhos aos cuidados dos avós porque precisam estudar e trabalhar.

Nas minhas andanças pelas ruas da minha cidade costumo me deparar com crianças nos semáforos limpando carros, outras sentadas nos canteiros levando sol e vento o dia inteiro sendo usadas pelos pais para comoverem a quem passa para doar qualquer coisa que alivie as suas fomes. Essas crianças não são paparicadas, não são chamadas de lindas e meigas. Por quê? Elas não são crianças iguais as comportadinhas?

É preciso que aprendamos a amar as crianças não pela forma como elas se comportam, mas tão somente pelo fato de existirem. As crianças tornam o mundo mais belo, conviver com uma criança nos faz ver onde estamos errando no nosso dia a dia ou que coisas passavam despercebidas quando elas nos fazem perguntas sobre nós e as coisas que fazemos ou voltarmos ao nosso mundo infantil, elas nos desafiam e nos imitam em quase tudo.

A vida de uma criança deve ser pautada no amor demasiado amor como dizia Nietzsche. Aquele amor que é doado não pelo seu jeito de ser, isso não importa, mas pela sua existência, pelo seu estar aqui, pelo ser vestido de corpo e alma que chega cético ao nosso mundo e vai descobrindo conosco as coisas reais e imaginárias, vai criando as suas próprias crenças e definindo conceitos para as coisas ao seu redor.

Tendemos a amar as crianças que não nos contradizem e nos ouvem em silêncio. Aquelas que nunca se intrigam com o que lhes dizemos ou não aceitam as nossas opiniões de tiranos porque achamos sempre que as crianças são nossas súditas e devem nos respeitar em todos os sentidos. Somos os sabe tudo. Detemos o conhecimento do mundo e elas devem aprender tão somente conosco as coisas que são boas para o seu viver bem. Como somos chatos, minha gente, e nem nos damos conta disso.

É preciso aprender a amar as crianças pobres ou ricas, feias ou bonitas, sujas ou limpas, quietas ou barulhentas. Elas não têm culpa de serem do jeito que são, elas só estão querendo uma oportunidade para se tornarem cada vez melhor. Elas estão aqui porque alguém as trouxe. Elas não têm culpa de fazerem parte da sua vida. De certa forma você a aceitou, agora o importante é aprender a amá-la sem reclamações, puxões de orelhas ou gritos.

Eu fico vendo algumas mães que xingam os seus filhos, colocam de castigo, batem com força, gritam e lhes dizem coisas desagradáveis deixando a criança triste num canto da casa e até mesmo as proibindo de chorar porque senão vai ser castigada novamente. Essas mesmas mães que fazem isso costumam vir para as redes sociais postando fotos das suas crianças e dizendo que as amam.

Que tipo de amor é esse? Um amor que machuca, faz chorar e ao mesmo tempo quer ser apresentado ao mundo como sendo a melhor mãe do mundo.

Fico aborrecida quando vejo adultos se afastando de crianças sujas e moradoras de ruas que se aproximam deles pedindo um pouco de comida ou uma moedinha. Nunca vi um adulto fazer um carinho numa criança moradora de rua. Apenas dar uma moeda ou um prato de comida não significa amar. Amar vai muito além disso. Amar a criança é amar tudo aquilo que está vazio de conceitos pré-estabelecidos pela sociedade.

A criança que anda pelas ruas sujas não é vista, ninguém se importa com os seus sentimentos e as suas dores. Ela vive por viver. Nem sabe o seu nome, muitas vezes e nem quantos anos tem. Quando recebe um carinho ou um afeto acha estranho. Agradece e segue o seu caminho porque sabe que não pode ficar. Ficar é proibido para a maioria das crianças de ruas. Elas têm que perambular por aí atrás de comida ou de um lugar para se abrigar do sol e da chuva.

Acredito que as crianças não devem agradecer o amor que recebem. O amor é o sentimento que Jesus Cristo nos ensinou. Precisamos aprender a amar as criancinhas assim como ele amou. Ele que gostava tanto de contar histórias aos seus apóstolos e que os tratava como crianças grandes que precisavam de metáforas para entenderem melhor as coisas que lhes dizia.

Para quem é cristão e gosta de ler a Bíblia Sagrada, em Mateus capítulo 19, versículo 14, Jesus Cristo nos diz “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas”. Então, seguindo as palavras de Cristo devemos ser semelhantes as crianças para que possamos entrar no seu reino e essa semelhança começa quando aprendemos a amá-las do jeito que são e não do jeito que desejamos. Ser igual a uma criança é manter viva a inocência e a ingenuidade de um jeito especial para com as pessoas ao nosso redor e não sermos egoístas e invejosos como nos apresentamos diante dos amigos de trabalho e negócios, muitas vezes.

Quando amamos uma criança nos tornamos pessoas melhores, não é à toa que muitos poetas, escritores e ilustradores preferem fazer trabalhos para crianças. Não é que seja mais fácil. Ao contrário, fazer um trabalho para uma criança exige dedicação, conhecimento da infância, entrar no mundo imaginário dela, senti-la e envolvê-la nos braços, amá-la profundamente. É ser criança em corpo de adulto.

Toda criança precisa ser amada para continuar a desenvolver o seu corpo e o seu espírito. É em casa que a criança recebe os primeiros afetos, os primeiros carinhos que vêm em forma de abraços e beijos. Depois este afeto passa também para a escola. Aquela que só é amada por ser boa aluna na escola sente-se feliz e quer cada vez mais ser a melhor em tudo o que fizer para continuar sendo amada, é como se ela precisasse oferecer algo para receber amor da parte de quem tanto ama.

Já a criança que não se sai bem na escola e tem dificuldades de aprendizagem, fica no canto da sala à espera de que a professora lhe dê um pouco de atenção ou no quarto da casa trancada estudando a lição enfadonha que nada informa e nada lhe diz. Ela não entende por que não é amada apenas por existir para os seus pais. Ela sabe que eles querem que ela seja a melhor na escola, mas ela não consegue. Com isso, começam os medos e os problemas emocionais.

Todos nós enfrentamos desafios e passamos por cima das pedras quando sabemos que somos amados. O amor nos encoraja a corrermos riscos e nos aventurarmos. Assim ocorre com as crianças. Quando se sentem amadas elas não temem a competição. Sabem que se ganhar ou perder seus pais estarão ali com elas de qualquer jeito. É assim que deve ser. É assim que desejo para toda criança.

Gosto muito do personagem Sísifo da mitologia grega que depois de enganar a morte foi castigado pelos deuses para carregar uma pedra montanha acima, mas ele nunca conseguiu chegar até o topo da montanha porque cansa, para e volta para o início. Sísifo não é visto como um bom exemplo porque brigou com os deuses do Olimpo, mas para mim ele é uma criança peralta daquelas que mexem em tudo e nunca desistem dos seus sonhos. É como se ele fosse uma criança que sabe, um dia, vai conseguir vencer o seu castigo.

E não existe castigo maior para uma criança do que a rejeição, assim como se sente Sísifo rejeitado pelos deuses e castigado pela morte. Alguns pais deviam seguir o exemplo dos seus pais e cuidar da criança como eles foram cuidados, ou seja, com amor. Aquela hora de dormir e que a criança pede para contar uma história mais de uma vez, aquele boneco de pano costurado à mão com tanto carinho, aquele carrinho de madeira, aquela bola de meia.

Os pais de hoje em dia, da sociedade do consumo, compram tudo pronto. Eles têm pressa que as suas crianças cresçam rapidamente e parem de perturbar os seus sonos e as suas vidas no trabalho.

Penso que amar uma criança talvez seja uma das coisas mais difíceis da vida, e por isso devíamos aprender com os nossos avós e bisavós como eles fizeram para nos amar tanto e que fórmula mágica eles têm para aturar as crianças com tanto carinho e amor porque elas são chamadas de “pestinhas” muitas vezes por nós quando fazem coisas que não deviam.

Amamos as crianças que nos obedecem.

As que na escola são depósitos de conhecimento. Aquelas que perguntam, criticam, fazem reflexões acerca do que lhes é ensinado são chamadas de chatas e abusadas. Não aprendemos ainda que as crianças chegam ao mundo como uma tábula rasa, segundo dizia o filósofo John Locke, ou seja, uma folha de papel em branco que seria marcada por impressões obtidas por meio das experiências e, a partir daí, surgiria o entendimento, a inteligência. Essas impressões não devem ser engolidas pelas crianças, mas processadas em seus pensamentos reflexivos e críticos.

Mas, amar não é aceitar que a criança faça tudo.

Ela tem que ter limites. Ela precisa saber respeitar os adultos e os horários determinados pelos pais para se alimentar e fazer as lições da escola. É preciso criar uma rotina para a criança. Como também ensiná-la a ser organizada e comprometida. Desde a tenra idade ter o seu próprio espaço para brincar, estudar e sempre fazer as alimentações na mesa de preferência junto com a família. Nada de comer baganas fora da hora.

O amor deve ser como disse o filósofo grego Platão “algo essencialmente puro e desprovido de paixões, ao passo em que estas são essencialmente cegas, materiais, efêmeras e falsas. O amor seria um agente de transformação e ordenação do mundo.” Eis o amor que deve ser dedicado às crianças, desprovido de paixões que nada dizem e um agente de transformação que possa ordenar o mundo às suas necessidades. Não é a criança que tem que mudar para chegar até a realidade, mas a realidade que deve chegar até a criança do jeito que ela possa compreender e aceitar.

É fácil amar uma criança quando ela não está doente e apresenta saúde para brincar, correr e pular. O difícil é quando ela adoece e necessita dos nossos cuidados dia e noite. Quando precisamos largar tudo, ou seja, trabalho e compromissos com amigos, para ficarmos do seu lado. Muitos pais entregam esses cuidados a enfermeiros e babás, quando deveriam ser eles ali presentes. Talvez a criança se curasse mais rapidamente.

Quando amamos verdadeiramente alguém queremos colocá-lo dentro de uma redoma para protegê-lo do frio, da fome e da sede. Ficamos ali do seu lado, apenas observando seu jeitinho de ser e de viver. Não devemos colocar as crianças dentro de redomas ou superprotegê-las como fazem alguns pais. Elas sabem se cuidar. Claro que não devem ficar expostas a perigos, mas elas precisam desde cedo aprenderem a se defender dos perigos do mundo. Deixemos que corram riscos e se aventurem sempre com um adulto por perto.

Os pais de crianças com necessidades especiais sabem que o amor é o único sentimento que não precisa de fisioterapeutas, fonoaudiólogos ou pediatras para que elas cresçam felizes. Nas dificuldades que muitas vezes essas crianças precisam enfrentar para continuarem vivendo o amor dos pais é de fundamental importância, é como se fosse o alimento da alma. Poder confiar nos pais é essencial para o crescimento espiritual e corpóreo.

Os médicos pediatras deveriam amar também todas as crianças mesmo que elas sejam suas pacientes ou não. A gente ama um pouquinho quando para e dá atenção, quando escuta, quando cuida de certa forma, quando se preocupa e quando acolhe. O acolhimento é essencial para que a criança sinta confiança na gente. Alguns médicos pediatras amam tão somente os seus pacientes. Eles nunca visitaram abrigos para crianças ou conversaram com crianças de ruas. Eles nunca pararam para ouvir o coração de uma criança desconhecida.

Nem sempre escutamos o coração ou os pulmões de uma criança com um estetoscópio, muitas vezes se lhes dermos a oportunidade de poderem entrar nos nossos consultórios médicos e contarem as suas histórias de vida tenho a certeza de que escutaremos intensamente os seus corações e saberemos como estão os seus pulmões através da respiração ofegante ao nos abraçar timidamente.

Também sei de professores que nunca saíram das suas salas de aulas para ensinarem a uma criança de rua a ler e a escrever. Ninguém quer saber de criança moradora de rua. Tristemente muitas delas recebem o nome de “trombadinhas” porque precisam roubar para sobreviver. Temos medo das nossas próprias crianças.

Elas são fruto do que lhes oferecemos todos os dias.

Se praticam pequenos furtos ou delitos foi porque a sociedade não soube de fato como amá-las entregando-as ao Deus dará. Elas não fazem isso porque querem ou por vícios. Fazem isso porque não têm quem cuide delas, quem alimente os seus espíritos com bonitezas como um abraço, um beijo, um carinho.

Lembre-se sempre de amar a sua criança não pela forma como se comporta, mas porque ela existe. E é neste existir que ela precisa de você, dos seus cuidados, da sua atenção e das suas palavras de carinho. Ela só vai começar a pensar de verdade quando descobrir que é amada, como dizia o filósofo francês René Descartes “penso, logo existo.” Para a criança aprender a pensar ela precisa existir no mundo de um adulto, ela precisa fazer parte de um mundo. E que este mundo possa amá-la com toda intensidade e grandeza que tanto merece.

Para finalizar trago o poeta da infância Vinicius de Morais com os versos do seu poema intitulado “O elefantinho” que nos diz “Onde vais, elefantinho / Correndo pelo caminho / Assim tão desconsolado? / Andas perdido, bichinho / Espetaste o pé no espinho / Que sentes, pobre coitado? / — Estou com um medo danado / Encontrei um passarinho.”

Que as nossas crianças não tenham medo igual ao elefantinho do poeta mencionado acima, mas sejam seguras e confiantes nos adultos ao seu redor que as amarão nas suas birras e alegrias, nas suas dificuldades e vitórias.

Toda criança será amada não pelas suas qualidades, mas porque existe além dos muros que levantamos para elas sem espinhos e sem medos, com pais passarinhos que alegrarão os seus viveres e nunca lhes causarão temores.

Autora: Rosângela Trajano

Edição: Alexsandro Rosset

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