Vamos resistir?

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“Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem?” (Renato Russo)

Nós estamos aqui conscientes, resistentes, organizados e corajosos, exercendo nossa cidadania. Não podemos deixar que nos roubem o que conquistamos a duras penas: nossa liberdade cidadã.

As liberdades conquistadas e exercidas precisam expressar o sentido de uma luta, que não pode ser levada senão em conjunto com os movimentos sociais, sensíveis e comprometidos com a ideia de democracia e emancipação, combatendo qualquer forma de dominação, prepotência e crueldade.

Somos, como sociedade civil, o outro do Estado e temos o direito e o dever de nos contrapormos às decisões estatais, quando essas desconsideram o respeito à vida, sob pena de sucumbirmos.

Estamos, nesse momento, vivendo um caos na saúde pública, com potencial para produzir ainda mais mortes nessa Pandemia. Não podemos aguardar calados até que esse inferno dantesco se espalhe sobre todo o País. Nossa “Pátria Amada” está doente e morrendo dia a dia.

Vamos resistir?

Mais uma vez Bolsonaro despreza a ciência, adota comportamento criminoso, desacreditando os efeitos da vacina e fazendo, novamente, da vida e da saúde um campo de batalha política. Descumpre o papel básico de qualquer Estado e governo:  garantir minimamente o direito à vida e à saúde dos cidadãos. Estamos diante de um governo que as despreza abertamente, sem constrangimentos. Moralmente, é o pior governo da nossa história e mais letal que o vírus! (José Ernani Almeida) Veja mais!

É o que sempre fizemos e continuaremos a fazer, apesar dos abusos de quem gerencia o poder central e se sente senhor da vida e da morte das pessoas, tergiversando e encobrindo sua irresponsabilidade com piadinhas arrogantes e pronunciamentos cruéis.

Pensar e agir é o que nos caracteriza como humanos. Nós, como povo soberano, vivemos nossas contradições e temos que enfrentá-las, como desafio do presente, na preservação da vida de todos.

De nada adianta o Estado aparecer como avalista das relações sociais e políticas, se não tem competência para gerir uma crise sanitária, elaborar um programa nacional de imunização efetiva e compartilhar com os cidadãos a riqueza nacional, fruto do trabalho de todos nós.

Vamos resistir, apesar da pessoa que no momento ocupa o lugar de presidente do país? Ou, vamos permanecer numa atitude de autocomiseração, amedrontados, imóveis, desesperados deixando que nos exterminem?!

Quem avaliza a soberania pública dos governantes somos nós, sociedade civil livre e organizada. Precisamos agir de forma competente, para deliberar sobre os rumos de nosso país. A hora é agora!

Não adianta depois chorarmos sobre uma “Jerusalém destruída”. Façamos algo para interromper essa incúria civil!

Que nossas vozes sejam ouvidas por todo o território nacional e pelos demais territórios do globo, num clamor cívico, ético, político em que proclamaremos nosso senso de justiça, liberdade e cidadania, denunciando o descaso, a arrogância, a crueldade e a irresponsabilidade que está ocorrendo aqui, neste Brasil.

Com a mesma esperança que acreditamos que podíamos mudar o mundo, não deixemos que roubem nossa coragem.

Autora: Cecilia Pires

Edição: Alex Rosset

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