Uma experiência associativa de horta domiciliar na cidade

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A implantação de pequenas hortas na cidade pode ser importante alternativa econômica numa época em que há uma alta de preços dos alimentos, em especial, verduras e hortaliças.

Matéria da UPF TV apresenta uma experiência associativa de dois vizinhos da cidade de Passo Fundo, RS, que resolveram empreender uma horta de 30 metros quadrados para produzir alimentos saudáveis, com variedades de verduras e hortaliças, conforme ciclos e períodos específicos.

Assista a matéria: https://fb.watch/cbYR4JLGbn/

Os entrevistados destacam, para além das questões econômicas, a relação saudável e respeitosa com a terra que retribui na medida dos cuidados e da preservação que para com ela temos. Trabalhar com a terra energiza a vida das pessoas e é também um fator que permite uma vida menos estressante e de maior harmonia e equilíbrio entre o ser humano e a natureza.

Para Iltomar Siviero, “a iniciativa da horta é uma experiência ímpar de estabelecer outras formas de relações e (pre)ocupações em nossa vida. Primeiro aspecto a considerar é que isso nasce de uma parceria associada de vizinhos que decidem gastar seu tempo e trabalhar conjuntamente.

Em tempos de individualismos, com lógicas de empreendendorismo calcada em talentos que exaltam personalidades isoladas, estar entre e com alguém, é uma forma criativa de pensar novos modelos societários e de produção. Segundo aspecto tem a ver com o contato e relação com a terra, organismo vivo e cheio de energia, capaz de dar novos sentidos à vida. Terceiro aspecto, tem a ver com a decisão de independente do lugar, do espaço e do parco tempo no mundo urbano, não abrir mão de produzir alimentos saudáveis, orgânicos, livres de agrotóxicos, prontos para ir à mesa, gerando mais saúde e qualidade de vida.

Por fim, importante destacar que o contexto do século XXI urge e espera da humanidade respostas inteligentes e capazes de mostrar que a relação com a natureza e a terra não pode seguir em com atitudes predatórias, pensando nos recursos materiais como acessos infinitos. Precisamos reverter lógicas lineares de produção e introduzir formas sustentáveis, economicamente viáveis e ambientalmente necessárias, em defesa e promoção da saúde dos ecossistemas do qual somos parte .”, destacou Siviero.

Para Nei Alberto Pies, viver uma experiência coletiva de produção de alimentos significa potencializar a força da cooperação, ao invés da competição. Significa colocar a terra a serviço do ser humano, dividindo os frutos que a mesma dá, a partir do trabalho que gera vida e dignidade.

Há mais de 20 anos deixei a roça, mas os cuidados com a produção de alimentos saudáveis e produzidos em escala familiar, não. Manter uma horta em sociedade com um vizinho permite também vivenciar a experiência de tantos agricultores e agricultoras familiares que faziam, e ainda fazem, experiência de trocas de trabalho, de maquinário compartilhado, de ajuda mútua em períodos de maior necessidade de mão de obra para a colheita de alguns produtos.

Por fim, Pies afirma ainda o prazer de dividir com outros vizinhos e amigos, as sobras da produção, como fazem até hoje muitos agricultores e agricultoras familiares.

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Outro aspecto abordado é a implantação de um minhocário para a produção de húmus, a partir de restos de vegetais e frutas. A horta utiliza também água coletada das chuvas, utilizada para molhar as plantas por sistema de gotejamento, via gravidade natural.

Por fim, como mostra a matéria, a implantação de pequenas hortas na cidade pode ser importante alternativa econômica numa época em que há uma alta de preços dos alimentos, em especial, verduras e hortaliças. A matéria destaca ainda a importância dos conhecimentos e do planejamento para que as hortas se tornem viáveis.

Assista a matéria: https://fb.watch/cbYR4JLGbn/

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“Quantos, como eu, matam saudades de sua terra visitando propriedades que ainda resistem em levar adiante um estilo de vida interiorano! Colhem, no inverno abundante das frutas, o sabor de suas saudades e recordações. Visitam, no verão, matas, riachos, casas, salões comunitários, em busca de algo que um dia deixaram para trás: a simplicidade e a compaixão pela terra”. https://www.neipies.com/vida-na-roca-2/

Edição: Alex Rosset

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