Sobre a amizade e sobre soberba

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Que possamos buscar viver uma vida com menos soberba, mais empatia e em companhia de boas amizades.

Sobre a amizade

Você já parou para pensar o que significa ser amigo?  O que é a verdadeira amizade?

Como distinguir amizade e oportunismo, afeto e estratégia, vínculo real e jogo de conveniência?

Epicuro, filósofo helenista, certa vez disse que “a amizade coroa uma vida feliz”. Pois, no plano individual não basta dominar as próprias paixões, vencer os medos, desenvolver apreciação e contentamento, expressar seus talentos e sentir-se capaz e útil. É preciso ter alguém para reconhecer e partilhar, alguém que acolha como somos e nos ajude a sermos melhores. Você tem alguém assim? Você é assim para alguém? Você inspira confiança, partilha alegrias e tristezas sem julgamento, acolhe os problemas, você melhora a vida de alguém?

Como tudo na vida, na amizade é preciso primar pela qualidade mais do que quantidade, pela verdade mais do que a utilidade.  Cultive boas relações, esteja aberto a fazer novos amigos e, ao mesmo tempo, atento aos vínculos que você já nutre. Avalie continuamente a sinceridade, confiabilidade e reciprocidade de seus amigos, pois empatia e responsabilidade devem andar juntas.  Assim como uma trilha na mata, o caminho entre as pessoas tem de ser mantido limpo e claro pelo próprio caminhar, para que os corações conversem e visitem um ao outro.

Sobre a soberba

Todos os dias, busco não cultivar o sentimento de soberba. Cada pessoa deve aspirar e potencializar seus sentimentos da maneira que quiser e eu não julgarei. Mas posso, com muita humildade, dizer que o sentimento de soberba é um dos mais desprezíveis do Ser Humano. Soberba, em sua etimologia, significa pretensão de superioridade, julgando o outro como sendo inferior.

A Soberba caminha muito próximo da arrogância, pois para o soberbo tudo que não é feito por ele tem algum grau de defeito ou deformidade. Freud dizia que “ao Pedro me falar de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo”. Esta frase de Freud é emblemática e difícil de entender, mas se pararmos para pensar é simples: tudo aquilo do qual falamos do outro e repudiamos é um julgamento ou uma característica da qual não gostamos, não queremos… porém, ao mesmo tempo, quando se julga alguém busca-se a justificativa para fugir de nossos próprios problemas, de nossas próprias derrotas pessoais… Tá vendo aquele cara… porque ele não faz isso ou aquilo… (tá vendo aquele cara, ele não faz aquilo que eu também não sou capaz de fazer)…

O professor Silvestre Grzibowski me apresentou Edith Stein e o tema da empatia para estudo do meu mestrado e eu agradeço o professor por me apresentar a esta autora e esta temática, pois ela nos ensina como se dá a empatia e como podemos perceber a dor do outro sem misturar as nossas vivências…

Também quero citar uma frase do autor de Imitação de Cristo, Tomás de Kempis: “Se vires alguém pecar abertamente e ainda cometer faltas graves, nem por isto te deves ter por melhor, porque não sabes por quanto tempo poderás preservar no bem. Somos todos fracos, mas a ninguém tenhas por mais fraco que tu”.

Ao ler esta passagem um filme passa em minha cabeça e me lembro também das aulas do Professor José André da Costa, que me ensinou que diante de situações extremas a nossa racionalidade pode se perder e podemos nos transformar em algo que jamais poderíamos imaginar, tirar forças de onde não parecia haver…

Que possamos buscar viver uma vida com menos soberba e mais empatia…

Autor: prof. Rudimar Barea

Edição: Alex Rosset

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