SER POETA

1951
A small wooden house near the lake in a rural area

Se eu pudesse

me mudava.

Me mudava

para a terra das palavras.

Lá onde elas são belas

como caravelas

singrando ao sol

do mar da imaginação.

Sem a pressa

– premente –

das coisas do mundo

dessas que só servem

pra tirar

nossa atenção

– delas.

Se eu pudesse

me mudava

do mundo

me mudava da vida

e reinventava

uma forma nova

de existir.

Existir entre as coisas

sem pressa

sem a fobia

do amor

a carestia

da vida

a sabedoria

da dor.

Se eu pudesse

eu mudava o mundo

e ia viver

desbragada

e impunemente

de ilusão.

E convidava

todo mundo

que quisesse

pra essa mansão.

Castelo de areia

palácio de cristal

que me importam

as pechas

que o mundo

a minha divagação.

O mundo que se aquiete.

Pago meu preço

mas não tenho apreço

por isso.

É o meu compromisso.

O que exigem

de mim.

Mais não podem

– enfim.

Autor: Júlio Perez, autor da poesia Meus filhos, os poemas: https://www.neipies.com/meus-filhos-os-poemas/

Edição: A. R.

1 COMENTÁRIO

  1. Na verdade eu não trocaria a minha paz nem o meu sossego por um castelo de areia ou mesmo de cristal apesar de viver o dia a dia respirando poesias.

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