Com compaixão e prudência,
precisamos enfrentar esta cisão social,
tecendo redes de afetos pelo diálogo.

 

Vivenciamos recentemente um período em que se viu gerar e agravar uma cisão social. Fake news, ameaças, denúncias, extremismos, brigas entre amigos e familiares. Em jogo, o destino do Brasil. Como resultado, paira uma estranha tensão sobre grande parte da população.

O sentimento de insegurança, diante da incógnita sobre o futuro e do medo de possíveis anos de violência, em curto, médio e longo prazo, é real. Isso exige reconstruir os laços fraternos que fazem do Brasil uma nação.

Neste momento, o cenário adquire formas concretas de tensão, conflito, rejeição, intransigência e rechaço. Quando o medo se expande e se torna generalizado entre amplos setores da população, gera-se um contexto propício à multiplicação de fortalezas, onde corações, portas e fronteiras são cuidadosa e hermeticamente fechadas”. (Alfredo Gonçalves)

Xenofobia

Que todos os brasileiros sejam chamados a assumir a responsabilidade por suas decisões, independentemente de partidos ou posições políticas, e a se unir em defesa da paz, dos direitos humanos e da democracia.

Sejam eleitores de Bolsonaro ou de Haddad, a imensa maioria votou com a esperança de construir um futuro digno para o Brasil, a partir de seus valores e convicções.

Essa maioria, que congrega eleitores dos dois lados, não optou pela tortura, nem votou contra a dignidade e os direitos da população LGBTI+ ou dos índios, nem apoiou o racismo, a misoginia, a destruição do meio ambiente ou o incremento do aquecimento global. A imensa maioria não votou pelo fim da democracia, nem pela extinção dos direitos humanos universais.

Cada cidadão fez uma aposta que julgou ser a mais adequada diante de uma difícil decisão. Cumpre que se comprometa com essa aposta, em seus atos e palavras, assumindo responsavelmente um compromisso com a liberdade e a dignidade das gerações presentes e futuras.

Torna-se prioridade a construção de um clima de segurança. Nos espaços públicos e privados, na convivência cotidiana, nos lares, escolas e universidades, que possamos, gradualmente aplacar, com compaixão e prudência, esta cisão social, tecendo redes de afetos pelo diálogo.

Esse é o primeiro passo para uma cultura de paz, na qual a participação de todos é base de sustentação do “poder que emana do povo”, a democracia, e que ao povo deve servir, em respeito à Constituição.

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