Onda de indignação: greve tem novas adesões e chega a mais de 1500 escolas

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A onda de indignação dos educadores(as) não para de crescer.

Em todo o estado, já são 1556 escolas envolvidas na greve da educação. Destas, 788 seguem totalmente paradas. A apuração foi atualizada junto aos 42 núcleos do CPERS nesta quarta-feira (27).

A contagem representa um novo crescimento em relação à última contabilidade, que apontava 1544 instituições afetadas na segunda.

A greve extrapolou os muros das escolas e tomou as ruas do estado, com amplo apoio social e institucional.

Ao corte de ponto dos grevistas e ao continuado desrespeito com a categoria, educadores(as) responderam um com uma das maiores Assembleias das últimas décadas e cerraram fileiras no movimento paredista.

O CPERS ingressou com mandado de segurança na última segunda para sustar os efeitos da medida e o TJ deve julgar o pedido liminar até esta quinta (28).

Com a mobilização histórica da categoria e da sociedade gaúcha, o castelo do governador começou a ruir.

Nesta quarta (27), a maior bancada da base governista (MDB) divulgou nota conjunta posicionando-se contrariamente à proposta que prevê alterações na carreira.

A Famurs, entidade que congrega prefeitos e gestores de todos os 497 municípios gaúchos, enviou uma moção de apoio aos educadores(as). Outro acontecimento inédito. Nas Câmaras de Vereadores, representantes de mais de 250 cidades já aprovaram moções semelhantes.

O movimento conquista a sociedade, com adesão crescente de comerciantes, que afixam cartazes de apoio junto às vitrines. A economia local sente o peso do arrocho sobre os professores(as) e funcionários(as) de escola.

Atos de rua se espalham pelo Rio Grande do Sul. É impossível acompanhar a densidade e a quantidade do que está ocorrendo.

Eduardo Leite está acuado e já fala em “atenuar” as medidas. Mas não há remendo para o que não tem conserto.

Comando de Greve ratifica que qualquer perspectiva de negociação com Eduardo Leite depende da retirada dos projetos da pauta da Assembleia Legislativa.

Nenhum diálogo é possível sem, antes, tratar das reivindicações urgentes da categoria: salário em dia, reajuste já e nenhum direito a menos. A educação merece respeito.



Nesta última quinta-feira, (28) houveram caminhadas luminosas em muitas cidades do RS, com o objetivo de dialogar com as comunidades e pedir apoio delas para as demandas do magistério que incluem o fim do parcelamento dos salários, o reconhecimento da dignidade da profissão e a retirada do pacote de reestruturação da Carreira do Magistério que precariza ainda mais a vida dos professores e professoras.

Caminhada luminosa em Passo Fundo, RS.
Caminhadas luminosas inspiraram a luta e a greve dos professores estaduais. Quem luta, também educa! Greves ensinam a todo mundo.

Docentes e decentes!

Fica bem mais complicado
Quando aquilo que é sagrado
Precisa agora ser exigido, mendigado.

O respeito ao professor
A dignidade do seu trabalho
A valorização de sua função social.

Quem enfrenta o magistério
Com cacetetes e força brutal
Já esqueceu a humanização.

Só os conhecimentos, da vida e da escola
Podem nos humanizar
Nos tornar seres humanos melhores.

O que nos torna brutos e estúpidos
Insensíveis e covardes
É a ausência de educação.

A ignorância gera a violência,
Gera a estupidez
Que só o conhecimento e convivência conseguem superar.

Como diz bela música
“Só o amor muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez”.

Avante, educadores de fé,
Unidos pela educação.
Somos docentes e decentes, leais aos propósitos mais nobres da educação.

(Nei Alberto Pies, professor e escritor).

Fonte: Cpers

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