O rádio

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O rádio é um mundo. Sempre que eu penso rádio, penso em rádio AM. Ali a vida vibrava.

Dia 13 de fevereiro foi dia Mundial do rádio, dia de nostalgias. Mais sobre: https://www.unesco.org/pt/days/world-radio

Sempre que eu penso rádio, penso em rádio AM. Ali a vida vibrava. Notícias, futebol, programas ao vivo com comunicadores capazes de levar uma tarde inteira nas costas, ou uma manhã. Programas com ouvintes falando ao telefone, mandando dedicatórias de amor. Coisa bonita demais.

Quando eu era pequena ouvia, junto com meu pai, o programa do Collid Filho, na Rádio Tupi, ondas curtas, sempre com poemas e músicas românticas. O pai tinha discos dele também. Era uma delícia.

Na Rádio Fronteira do Sul, além dos programas do pai, também adorava o Show da Tarde. A gente ia lá na rádio e gravava a dedicatória, pedindo a música. João Paulo era quem comandava os enormes gravadores de fita de rolo. Era o máximo.

Ouvia também o programa do Barros de Alencar, na Tupi. Ali rolava o correio do amor. Minha irmã mandava cartas pra lá e chegou a ter vários correspondentes por conta do rádio. Era uma espécie de tinder dos anos 70.

O rádio é um mundo.

Quando morei em Passo Fundo, ouvia todos os dias o rei do rádio, o José Gomes JG, na Rádio Uirapuru. O carro da TV estava sempre ligado nele e volta e meia a gente ia lá dar um abraço no JG, pedir uma música. Era muito bom. Invariavelmente ele colocava a música “As Andorinhas” do Trio Parada Dura, porque sabia que eu gostava e dedicava para nós. E, nessa hora, a gente abria as janelas da Fiatizinha da TV e cantava a plenos pulmões, eu, Gilmar Lima e Flavio Goncalves. Era uma festa.

José Gomes, JG. Reprodução/rede social

Até hoje, quando ouço essa música, me ponho a cantar, cheia de pura alegria. Lembranças tão boas…

O rádio foi minha primeira casa, quando ainda era uma menina, ajudando o pai no Ranchinho do Nhô Zé. E é nessa casa que ainda sigo, hoje na Comunitária do Campeche. O rádio é bonito demais… e imorrível…

Autora: Elaine Tavares. Jornalista e educadora.

Edição: A. R.

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