O que falta a Bolsonaro?

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Na verdade, a competência e o bom senso de Mandetta,
por ser um homem da ciência e sua popularidade,
incomodam uma personalidade como a de Bolsonaro.


O presidente Bolsonaro disse ontem, dia 01 de abril de 2020, em entrevista à uma emissora de rádio que está faltando “humildade” ao ministro da Saúde, Luiz H. Mandetta.

Aí fiquei confabulando com meus fiéis botões. E o que falta ao Presidente? Falta entender, como disse Barack Obama que “tanto na política como na vida, a ignorância não é uma virtude”.

Falta entender que ele escolheu, desde a posse, o confronto sistemático. Apoiou-se num deplorável grupo ideológico saído diretamente da Idade Média que até agora assombra a sociedade civilizada

Falta a percepção que começou muito mal o seu governo. Inventou a Casa Civil mais desajeitada e incompetente da história republicana e criminalizou o exercício da política como uma indefinida “nova política”.

Falta entender que quando do surgimento da desgraça do Covid-19, seguiu seu “patrão” Donald Trump e alinhou-se com sua gente medieval, que com fervor dizimal, nega todo o conhecimento científico e classificou-a como uma histeria e, posteriormente, como uma “gripezinha”.

Falta entender que na área econômica está desorientado. Na verdade, seu governo não sabe como lidar com a situação. Seu ministro da Economia foi educado para que o Estado sirva ao mercado.

Agora que desapareceu a mão invisível, a perturbação é total. Mas não esquecem a quem realmente serve. Basta ver a criminosa insistência em criticar o isolamento defendido por Mandetta.

Falta entender que é um irresponsável, ineficiente e alienado que joga o País na incerteza num momento dramático da vida nacional. Que merece ser interditado para o bem de todos os brasileiros. Os suíços, como seus relógios, foram certeiros no diagnóstico: ele é o idiota mais perigoso do planeta.

Falta-lhe perceber que não têm empatia, humanidade. Procura radicalizar argumentos para uma fração minoritária da sociedade que permanece ao seu lado. Mostra-se, exacerbado, egoísta, obsceno ao colocar os interesses econômicos acima da vida.

Falta perceber que está agindo como um necropolítico (“aquele que tem o poder de definir quem importa, quem é ‘descartável’ e quem não é”, “quem pode viver e quem deve morrer”, na definição do filósofo camaronês, Achille Mbembe). Agora, na pandemia, sua vocação alimenta-se de ambições reeleitorais e do desejo de agradar aos patrões.

Falta, por último, a percepção que possui alta insensibilidade em relação aos outros, busca sempre o conflito, é muito egocêntrico e nunca se arrepende, sente culpa ou remorso. Sintomas claros de sociopatia!

Portanto, o pecado do ministro da Saúde é mínimo, por faltar-lhe “humildade”. Na verdade, a competência, bom senso, por ser um homem da ciência e sua popularidade, incomodam uma personalidade como a de Bolsonaro.

Fica Mandetta!!!

Confidenciei a meus assustados botões: Terá a combalida rede pública brasileira condições de atender como deveria a esta demanda? Basta lembrar que a Saúde deixou de receber no ano passado 9 bilhões de reais. Assim, nada indica que o novo vírus mudará esse cenário.

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