Numa destas boas aulas de Ensino Religioso em uma turma do nono ano do Ensino Fundamental, os adolescentes “travavam” uma boa discussão. O tema: a importância das religiões na vida da gente. Posições se alternavam, mas o respeito à opinião e crença de cada um foi mantido sempre. Alguns defendiam o direito dos ateus, outros defendiam a importância de suas religiões. Uns sinalizavam que o caminho da salvação passa pelas igrejas, outros defendiam que também passa pela ética ou pela espiritualidade.

Essa nossa geração de adolescentes e jovens não é uma geração perdida, mas uma geração com muita “sede de buscas”.

Neste contexto de uma aula, uma opinião mais estruturada de uma aluna chamou atenção dos demais colegas da turma e do professor. Desafiada a escrever sobre o tema que expressara, a aluna Ana Beatriz Peres de Souza assim registrou em uma folha de caderno.

“Duas palavras com significados diferentes, mas que causam certas confusões por causa de pessoas que não sabem usá-las. Acho que isso acontece pelo simples fato de que elas se completam.

Se eu creio em algo, a probabilidade de eu querer encontrar a certeza, ou de que algum dia irei encontrá-la, é grande. Comparo essas palavras com expectativa e realidade, sendo a crença uma expectativa e a certeza uma realidade a ser alcançada.

Na religião, a crença é indispensável, pois religiosos acreditam em um Deus que ninguém pode ver, ou seja, ninguém tem a certeza de sua existência e nem pode dizer que tem, já que até mesmo dentro do próprio coração, há uma dúvida. Porém, se alguém pudesse nos dar uma resposta clara para tudo ou se Deus aparecesse para nós, não haveria fé e a religião poderia passar a ser uma ciência racional, pois tudo estaria provado e claro para todos.

Percebo que a igreja cristã surgiu da certeza da existência de Jesus e da crença de que ele seja o filho de Deus, ou seja, a crença e a certeza e a crença, neste caso, podem andar juntas em um só caminho ou direção.

Enfim, devemos aprender a usar estas duas simples palavras para que não haja contradição e que a pregação seja mais clara. Eu não tenho certeza de muitas coisas, mas creio que um dia ainda terei”.

 

Autora: Ana Beatriz Peres de Souza

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