2022: não percamos a fé, a esperança e o amor ao magistério

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Vamos, dentro do possível, transformar a sala dos professores – de um muro de lamentações e críticas contra governos – em local onde reine a certeza de que estamos colaborando para grandes transformações.

A escola representa, na comunidade onde está inserida, um templo de luz e sabedoria que reúne, em seu corpo docente, pessoas portadoras de conhecimentos libertadores que podem ajudar a vencer a mais humilhante escravidão, representada pela ignorância. Elas trazem, em suas mãos, archotes de luz que vão iluminar as mentes dos alunos, mostrando-lhes o verdadeiro sentido da vida para lhes nortear os caminhos a serem percorridos a partir dos bancos escolares.

O projeto político pedagógico da escola precisa ir além da proposta obrigatória, prevista pela legislação oficial, e adentrar numa visão mais ampla de iluminação das mentes discentes.

Um desafio deve estar presente no planejamento coletivo desse projeto: qual a utilidade prática, para a vida cotidiana do aluno, que o conhecimento adquirido nas diversas áreas e disciplinas do currículo vai ajudá-lo a ser uma pessoa equilibrada, fraterna, solidária, útil para si e para os que a rodeiam e que possa ajudá-lo a construir uma vida que valha a pena ser vivida e que lhe traga felicidade?

O professor, ao construir seu projeto pedagógico, precisa refletir como o aluno vai enfrentar, reagir e se libertar das influências que a classe dominante lhe impõe, com mensagens como “o agro é pop, o agro é tudo” e outras afirmações que o fazem agir sem refletir.

Será que o aluno terá condições de se rebelar, de não se deixar levar pela ilusão da propaganda? Vai saber das consequências nefastas da produção de monoculturas com agrotóxicos em excesso, agressões ao meio ambiente? Vai procurar caminhar na direção contrária, com respeito à natureza como obra divina e buscar outras alternativas mais salutares?

A escola precisa tornar-se um local acolhedor, com dependências limpas e agradáveis.

A parte externa precisa ser ajardinada, cuidada, arborizada e isso poderá ser feito com a colaboração de toda a comunidade escolar. Atividades de manutenção do pátio, canteiros de flores, horta com hortaliças, que devem fazer parte da merenda escolar, podem ser desenvolvidas pelos alunos, com a supervisão dos professores.

Sempre propomos que haja uma parceria entre as Secretarias de Educação e de Meio ambiente dos municípios para que os alunos entendam a importância da prevenção e conservação ambiental, dentro de uma visão multidisciplinar.

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelos educadores, emocionais, financeiras e sociais precisamos levantar a cabeça, respirar fundo e olhar para o futuro. 

Somos os construtores de um futuro melhor, somos formadores de opinião e mesmo com imenso sacrifício pessoal não podemos abrir mão do grande valor que temos na formação da geração de alunos que passam por nossas mãos. A História vai reconhecer nosso valor. Não desanimemos! Precisamos vencer, com galhardia, esse momento atual e mostrar a importância de nosso trabalho na preparação de um mundo melhor.

Vamos, dentro do possível, transformar a sala dos professores – de um muro de lamentações e críticas contra governos – em local onde reine a certeza de que estamos colaborando para grandes transformações. Não percamos a fé, a esperança e o amor ao magistério, aprimorando nossos conhecimentos cada vez mais.

Neste ano de 2022 façamos dele a entrada para uma nova era na Educação, criando meios e projetos que favoreçam o crescimento efetivo de nossos alunos.

Autora: Gladis Pedersen de Oliveira

Edição: Alex Rosset

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