Pais que não cuidam de si, podem cuidar de seus filhos?

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Neste mês em que reverenciamos os pais, que eles, por amor aos seus filhos, amem-se também e procurem mais a medicina preventiva.

Vou partir da obviedade de que ninguém pode dar aquilo que não tem, e isso vale tanto para bens materiais quanto para valores morais, éticos, ou mesmo para atitudes. A lógica do título é a mesma: como um pai que não cuida de si próprio pode cuidar de seus filhos?

Um estudo realizado por pesquisadores da Fundação Osvaldo Cruz buscou entender sobre o porquê de os homens procurarem menos os serviços de saúde do que as mulheres. Este estudo, somado a um levantamento inédito da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e a dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde, aponta um levantamento de que até a metade deste ano (2022) foram atendidas em consultórios e ambulatórios cerca de 60 milhões de mulheres a mais do que homens. Se olharmos para especializações médicas, veremos que neste ano somente 200 mil homens procuraram atendimentos com urologistas, enquanto que mais de 1,2 milhão de mulheres foram atendidas por ginecologistas, seis vezes mais!

Vários motivos influenciam a isso, e o cultural pode ser um: “…à medida que o homem é visto como viril, invulnerável e forte, procurar o serviço de saúde, numa perspectiva preventiva, poderia associá-lo à fraqueza, medo e insegurança”, aponta o estudo da Fiocruz.

Por outro lado, o ditado popular que diz que “quem procura acha” é muito forte e é seguido por muita gente, o que faz do não ir às consultas médicas preventivas uma forma de autoproteção, uma negação à realidade. Também há, em muitos homens, a vergonha de tirar a roupa, de expor suas partes íntimas em uma consulta ou de permitir a um estranho (ainda que seja um médico) o toque para um exame de próstata.

Já, do ponto de vista de instalações de hospitais e ambulatórios, não há unidades específicas para atendimentos masculinos, o que também serve de alegações, desculpas. Outras tantas evasivas são argumentadas, mas ninguém duvida de que pesam também as dos altos custos para pagamento de consultas, exames e para a compra de medicamentos, ou ainda, de que é muito demorado o atendimento quando agendadas as consultas pelo SUS, o que pode levar meses ou passar de ano.

Muitos são os motivos que o homem pode alegar para justificar seu desleixo nos cuidados com sua saúde, porém, não passam de desculpas egoísticas.

Quantos filhos gostariam de estar comemorando mais um Dia dos Pais junto aos seus? Quantos pais perderam a vida por terem sido negligentes descuidando-se da prevenção e/ou do tratamento de sua saúde?

Neste mês em que reverenciamos os pais, que eles, por amor aos seus filhos, amem-se também e procurem mais a medicina preventiva. Saibam os pais que seus exemplos poderão, no futuro, alterar esta triste realidade fazendo com que seus filhos possam viver mais e com mais qualidade.

Aos pais, nossos cumprimentos.

Autor: César A R de Oliveira

Psicólogo – whats app (54) 99981 6455

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Edição: Alexsandro Rosset

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