Há 50 anos, o homem pousava na lua

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Marco histórico possibilitou avanço da ciência
e evolução tecnológica para exploração espacial


“É um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”. Com essa frase, o astronauta Neil Armstrong entrou para história ao ser o primeiro homem a pisar na Lua. Esse grande passo está comemorando 50 anos de história neste sábado, 20 de julho de 2019. A missão Apollo 11 iniciou ainda no dia 16 de julho de 1969, quando os astronautas Neil Armstrong, comandante da missão, Buzz Aldrin e Michael Collins foram lançados do foguete Saturno V do Centro Espacial Kennedy, Cabo Canaveral, com o objetivo de chegar à lua.

Após três dias do lançamento, a tripulação entrou em órbita lunar. Armstrong e Buzz Aldrin pousavam o módulo lunar chamado Águia na superfície da lua, enquanto Michael Collins continuou pilotando o módulo de comando, chamado Columbia. Cerca de seis horas após o pouso, Neil Armstrong foi acompanhado pela TV por mais de 500 milhões de pessoas de todo o mundo que o viram caminhar pelo solo lunar.

Segundo o professor do curso de Física da Universidade de Passo Fundo (UPF), Me. Alisson Cristian Giacomelli, a possibilidade de o homem chegar à lua envolveu um processo extremamente complexo. “Você está saindo da superfície do planeta para chegar à superfície da lua, um satélite natural, então, é preciso ter consciência que você precisa pousar em uma certa região, teve um pequeno desvio, a Apollo não pousou exatamente onde eles queriam. Dificuldades surgem em uma viagem desse tipo, pois, entre outras coisas, devesse ter consciência de que se está mirando em um objeto bem distante e que esse objeto está se movendo”, disse.

De acordo com o professor, foi possível o homem chegar à lua por meio de uma série de cálculos e da evolução de técnicas e materiais. “É extremamente complexo, envolve uma série de cálculos. A lua está a aproximadamente 385 mil quilômetros da Terra. Cerca de uma vez por mês ela dá uma volta completa, então, você tem que ter todos os cálculos para depois conseguir voltar. Marte está a mais de 50 milhões de quilômetros e também está se movendo, então, para você sair com uma nave daqui, viajar meses e acertar aquele ponto, é complicado. Mas não é impossível, nós temos as ferramentas matemáticas, tecnológicas e físicas para conseguir prever, acertar aquele local”, explicou.

Segundo Giacomelli, para que um objeto seja lançado no espaço é preciso atingir a velocidade de escape, para que depois a nave continue a se locomover por inércia, com apenas algumas possíveis correções de trajetória.

Desenvolvimento de tecnologia trouxe benefícios para população
Milhões são investidos no desenvolvimento de novas tecnologias para possibilitar que o homem conheça mais sobre o espaço. A corrida espacial e a missão Apollo11 possibilitaram o desenvolvimento de métodos e técnicas que hoje fazem parte do cotidiano. “Para se conseguir que o homem fosse para a lua, foram desenvolvidos métodos, técnicas e materiais que podem ser usados para outras coisas. Nisso se enquadra até mesmo a ideia de colocar um satélite em órbita para conversar com as pessoas que estão lá. Esse contexto pode representar um grande impacto psicológico para alguns, a partir da materialização da consciência de que o homem pode ir para outro planeta. Mas também Há o impacto direto na parte de materiais, alimentos, questões médicas, tudo isso afetou muito as pessoas”, comentou Giacomelli.

Segundo o professor, a evolução da ciência não se desenvolve de forma neutra, pois está relacionada a aspectos sociais, políticos, culturais e econômicos de um certo contexto e de uma certa época. “Muitas teorias científicas e avanços tecnológicos são aliados à melhoria de qualidade de vida das pessoas. Além disso, a corrida especial que ocorreu no ambiente histórico da guerra fria entre EUA e União Soviética tinha uma disputa ideológica impulsionando esse desenvolvimento”, comentou.
Teorias de conspiração  

Há muitas teorias da conspiração que dizem que o homem não foi à lua. Segundo o professor, contudo, todas podem ser refutadas. “As teorias de conspiração que sugerem que o homem nunca foi para lua sempre existiram, e hoje em dia, com as redes sociais, isso se potencializa. Acho que a pessoa, antes de aceitar algo, tem que pesquisar em diferentes locais a informação, tem de pesquisar a credibilidade da informação a que teve acesso, para, então, criar uma opinião mais crítica. Mas nesse sentido de teoria conspiratória, há vários argumentos que podem ser de certa forma refutados”, disse.  

Segundo o professor, o homem ter pisado na lua demonstra que há muito a ser descoberto. “Quando pensamos é que vemos a importância de tudo que a raça humana desenvolveu e também é uma lição de humildade, porque percebemos que sabemos muito pouco, porque fomos a uma distância muito pequena com missões tripuladas e porque fomos até a lua, que é extremamente próxima comparando com outros locais que poderíamos ir”, pontuou.

Saiba mais
A Apollo 11 foi um voo espacial tripulado norte-americano responsável pelo primeiro pouso na lua. Armstrong tornou-se o primeiro humano a pisar na superfície lunar, seguido por Aldrin 20 minutos depois. Os dois passaram aproximadamente duas horas e quinze minutos fora da espaçonave e coletaram 21,5 quilogramas de material para trazer à Terra. Michael Collins pilotou sozinho o módulo de comando e serviço Columbia na órbita da Lua enquanto seus companheiros estavam na superfície. Os astronautas retornaram em segurança e aterrissaram no Oceano Pacífico em 24 de julho, após oito dias no espaço.

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