“Filho meu, saboreia o mel, porque é saudável e o favo, porque é doce ao teu paladar.” (Provérbios 24:13)
Agora que as flores entregues às mães estão com menos brilho, algumas já sem vida, escrevo em homenagem as que não tiveram o que comemorar. Pois em suas dores ou ausências, algumas torceram para que o dia corresse rápido.
Qual o sabor que combina com quase todos os ingredientes de um café da manhã? Você já pensou nisso?
Olhe para um café matinal sobre a mesa, completo. Praticamente todos os pães e frutas podem ser, pelo mel, harmonizados. Não há pessoa conhecida que possa dizer que não o aprecie. É o alimento universal mais unânime. Junto à mesa? Mãe e mel.
Associado à doçura, ao conforto, à Terra Prometida e à prosperidade, o mel é bíblico e não era diferente em nada do que consumimos hoje; milhares de anos depois. A história da civilização está ligada ao consumo do mel e no trato com as abelhas; sua convivência, suas picadas, seus alertas…
O mel é mencionado na Bíblia 61 vezes. Não é por acaso que o seu sabor é disputado no mundo inteiro, em todos os tempos.
Mas a palavra Mãe, é citada 289 vezes. Igualmente, concorrida em todas as épocas!
Quanto ao mel, pode-se imaginar as dificuldades pelos quais passaram nossos ancestrais; no seu manejo e cuidado. Na medida em que a humanidade cresceu, foi alterando a forma como se extrai. Mas a sua essência, sua fonte e sua destinação, praticamente é a mesma. Lembra-nos de alguém?
O mel nos remete à abundância, porque sobre uma mesa, há saúde sem medida para as famílias que o consomem. Lembra doçura, em rotinas abençoadas, energizadas a cada manhã onde se encontra um canto posto para a primeira refeição: o café fumegando, o pão fresquinho e um pote de mel ao seu lado. Sempre combinando suas cores com todas as nuances de pães, na primeira mesa do dia, à primeira hora da manhã. Ao final da refeição, a primeira recomendação: – leve uma blusa!
Na Bíblia, mel é também promessa de libertação, e, claro, esperança. Igualmente, é sobrevivência, pois é o que alimentava João Batista em sua jornada pelo Rio Jordão. Ali sabemos que o mel o nutria junto a petiscos de gafanhotos. (¹) E João recebia forças diárias para batizar a quem se aproximasse. É na delicadeza e na brandura de uma colmeia onde se encontra a maior reserva de forças; organização, luta, resiliência…
Que a gratidão por cada abelha operária, mãe talvez, que labuta sobre flores e espinhos todos os dias, acompanhe nossas lembranças em um reconhecimento eterno: feito mãe!
No domingo passado, em que se comemorou mais o seu dia, lembramos que em se tratando de Terra Prometida, onde mana leite e mel, (²) ter uma mãe que arrume a mesa, diariamente, é como ver essa promessa sendo cumprida. Pois nunca faltou gosto do mel no gesto materno: em cuidado, proteção e sabor, reafirmando as porções diárias de conforto e doçura.
Feito uma Mãe, tinha mesmo de ser uma rainha que mantivesse a ordem social de uma colmeia!
Felizes todos os dias das mães. Só para não esquecer.
(Aos amigos da AMBRA. Mel para todos os dias. @ambrameloficial)
Referências:
- Mateus 3:4
- Êxodo 3:8
Tradução de João Ferreira de Almeida.
Autor: Nelceu A. Zanatta. Também escreveu e publicou no site “Temos certeza de que aceitamos imigrantes tanto quanto imigrantes”: www.neipies.com/temos-certeza-de-que-aceitamos-imigrantes-tanto-quanto-nativos/
Edição: A. R.