O mundo escuta quando o Papa fala. E nós deveríamos escutar também.
Entre evangélicos e protestantes, a eleição de um novo Papa costuma passar batido. Afinal, ele não é nossa autoridade. Mas ignorar sua influência é ignorar a realidade: o Papa não fala apenas à Igreja Católica — ele fala ao mundo.
Sua figura transcende dogmas. Ele pode abrir portas ao diálogo ou trancar janelas de esperança. Pode erguer pontes entre religiões, acolher os marginalizados, defender migrantes, refugiados, a criação inteira. O mundo escuta quando o Papa fala. E nós deveríamos escutar também.
Curiosamente, muitos que criticam o dogma da infalibilidade papal adotam uma postura semelhante diante da Bíblia. Criamos, sem perceber, nosso próprio “papa de papel”.
Não se trata de desvalorizar as Escrituras — longe disso. Mas é bom lembrar: se hoje temos acesso à Bíblia, é graças, em boa parte, à estrutura da Igreja Católica. Foram monges, bibliotecas e séculos de zelo que preservaram esse tesouro.
Sem os evangelhos, não conheceríamos Jesus. E sem aqueles que os guardaram, talvez não tivéssemos os evangelhos. Temos diferenças, sim — mas também temos uma dívida histórica.
Por isso, mesmo sem estar sob seu cajado, deveríamos acompanhar com atenção e respeito o governo do novo pontífice.
Bem-vindo, Papa Leão XIV — o primeiro papa estadunidense.
Que sua voz se oponha às trevas que há tempos tomaram seu país natal — e que não se torne mais uma peça no tabuleiro do poder.
O cardeal agostiniano Robert Prevost, 69 anos, é visto como progressista por alguns, moderado por outros. Viveu entre os pobres no Peru. E ao escolher o nome Leão, homenageou Leão XIII — o papa que deu início à doutrina social da Igreja, clamando por justiça para os trabalhadores.
Que Leão XIV esteja à altura do nome. Que ele caminhe com firmeza, fale com coragem e abrace com misericórdia. Porque, gostemos ou não, o mundo escuta quando o Papa fala.
O mundo inteiro está observando. O futuro assiste apreensivo e esperançoso! Deus abençoe o Papa!
Autor: Hermes C. Fernandes. Também escreveu e publicou no site outras 47 reflexões, dentre as quais: “Aos pais cujos filhos deixaram a igreja”: www.neipies.com/aos-pais-cujos-filhos-deixaram-a-igreja/
Edição: A. R.