Na Cidade Educadora e Inteligente,
a escola é parte essencial do processo educativo e
assume o território como campo de pesquisa, currículo e lugar de estudo.
Aberta à comunidade, ela envolve locais e se reconhece no território,
atuando em prol de suas transformações.

 

Interessados em constituir outras plataformas municipalistas, em co-construir a cidade que queremos e podemos, em inventar outras práticas urbanas, em viver uma cidadania de alta intensidade, em re-existir com alegria e criatividade, tenham a liberdade de se auto-convocar para participar do I Encontro sobre Cidades Educadoras e Inteligentes: desafios dos municípios do século XXI, em Passo Fundo, 13 e 14 de setembro de 2017.

O Encontro visa promover, qualificar e difundir a concepção de cidade educadora como uma estratégia de desenvolvimento urbano e social nas cidades do norte do Rio Grande do Sul. Para tanto, remete ao entendimento da cidade como território educativo, produtivo e gerador de inovação.

Nele, seus diferentes espaços, tempos e atores são compreendidos como agentes pedagógicos, que podem, ao assumirem uma intencionalidade educativa, garantir a perenidade do processo de formação dos indivíduos para além da escola e com ela, em diálogo com as diversas oportunidades de ensinar e aprender que a comunidade oferece, aumentando o potencial produtivo do território e ampliando sua capacidade de mobilização democrática e empreendedora.

Iniciado no começo dos anos 1990, na cidade de Barcelona/ESP, a experiência das cidades educadoras se consolida como uma rede mundial emergente de reconfiguração das cidades no contexto contemporâneo.

Com mais de 470 cidades oficialmente vinculadas, a Associação Internacional das Cidades Educadoras – AICE (17 só no Brasil) está baseada em uma carta de princípios (carta das cidades educadoras ou carta de Barcelona) que orienta os rumos pactuados em cada cidade, respeitando suas identidades singulares e suas características históricas e culturais.

A carta prevê dentre outros aspectos, a revitalização dos espaços públicos, a dimensão pedagógica das políticas públicas, o foco na formação das crianças e dos jovens, um plano municipal amplo de educação e a democratização dos bens culturais. O Movimento Brasileiro das Cidades Educadoras, nos dias 01 a 04 de junho de 2016, em encontro realizado na cidade de Rosário/Argentina, reforçou o compromisso com esses princípios.

O Fórum de Mobilidade e Educação e o Programa UniverCidade Educadora UPF são signatários desse processo e visam incluir cada vez mais o município de Passo Fundo/RS e região no circuito dessas boas práticas de desenvolvimento social e urbano. Para tanto, definiram cinco premissas em diálogo com a realidade local para serem debatidas transversalmente no Encontro:

  1. Ampliação da participação e do controle social: É imprescindível que as políticas em diálogo com Cidades Educadoras e inteligentes tenham como princípio o avanço da democracia e o aprofundamento das formas de participação social. Dos fóruns locais, passando pelos conselhos, comissões, audiências e consultas, a Cidade Educadora deve cultivar políticas públicas que ensejam um profundo compromisso com a transparência e contemplam, em todas as suas etapas – elaboração, implementação e avaliação – o engajamento da sociedade civil.
  2. Dimensão intersetorial e pedagógica das políticas públicas: Na Cidade Educadora e inteligente, o arranjo das políticas deve transcender a lógica setorializada da gestão pública, assumindo a intersetorialidade como premissa norteadora das ações e instrumento estratégico de articulação entre instituições, pessoas e saberes. Fundamentada pela descentralização, a intersetorialidade emerge como oportunidade para que, nos territórios, a gestão de políticas e serviços esteja mais próxima daqueles a quem se destinam, bem como de seus mecanismos de controle social e de formação cidadã.
  3. Cidades Educadoras e Inteligentes no marco da educação integral: Na Cidade Educadora e Inteligente, a escola é parte essencial do processo educativo e assume o território como campo de pesquisa, currículo e lugar de estudo. Aberta à comunidade, ela envolve locais e se reconhece no território, atuando em prol de suas transformações. Assumindo-se como centro de liderança local, a escola busca outras instituições para que, juntas, possam avançar na garantia do desenvolvimento integral de crianças e jovens. Essa configuração permite que a escola amplie tempos, espaços, recursos e agentes, conferindo sentido ao aprendizado e estabelecendo um diálogo permanentemente com o contexto de vida daqueles que devem ser o centro de todas as suas ações: os estudantes. Embora a escola seja estratégica para que uma Cidade Educadora se consolide como tal, é preciso ressaltar que, nessa concepção, a educação é vista como um processo permanente, que se dá ao longo da vida. Para além da etapa escolar, é possível aprender na cidade (cidade como espaço onde a aprendizagem ocorre), aprender com a cidade (cidade lida como texto, como emissora constante de aprendizados) e aprender a cidade (cidade como intervenção, passível de transformação, de ação política).
  4. A valorização dos espaços públicos na perspectiva da sustentabilidade ambiental: A concepção de Cidade Educadora e inteligente remete ao entendimento da cidade como território educativo. Nele, seus diferentes espaços, tempos e atores são compreendidos como agentes pedagógicos, que podem, ao assumirem uma intencionalidade educativa, garantir a perenidade do processo de formação dos indivíduos para além da escola, em diálogo com as diversas oportunidades de ensinar e aprender que a comunidade oferece. A Cidade Educadora compromete-se a valorizar os espaços públicos, abrindo caminho para as diferentes identidades, expressões e saberes comunitários. A partir de políticas públicas e ações que estimulam o vínculo e o reconhecimento da população com o território, uma cidade que educa deve assegurar acesso a todos e fomentar a sua valorização na perspectiva da sustentabilidade ambiental.
  5. Inovação e empreendedorismo no território: Cidades Educadoras e Inteligentes exigem a criação de mecanismos e estratégias capazes de contemplar as diferentes vozes que compõem o território, aproximando processos de inovação tecnológicos com as grandes questões sociais materializadas na cidade. Parte do pressuposto que para gerar uma ambiência de inovação e criatividade aplicada ao espaço urbano, deve garantir o exercício de uma cidadania de alta intensidade, apostando em dispositivos capazes de mobilizar o território de forma produtiva e democrática ao mesmo tempo.

 

Marcio Tascheto, professor da Universidade de Passo Fundo e Coordenador do Programa UniverCidade Educadora fala da concepção, dos desafios e da importância de construirmos uma cidade educadora.

 

Sintam-se convidados!
Prof. Dr. Marcio Tascheto da Silva
Faculdade de Educação – FAED
Coordenador da Divisão de Extensão – UPF
Mais informações: http://www.upf.br/univercidadeeducadora/
Telefone: 054 3316 8396

 

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