Ouvi, em uma única palestra que assisti do grande educador Rubem Alves uma
poesia que achei fosse sua. Tempos depois, em vídeo, vi o mesmo
educador recitar a mesma poesia. Li ainda em dois livros seus
referências ao mesmo texto. Passei então que se tratava de uma poesia
de sua autoria. Ao verificar autoria, descobri que era de Cecília
Meireles.

Sempre achei que esta poesia encerra, em si mesma, uma cosmovisão, uma
visão de mundo. Por isso mesmo, ao trabalhar com sextos anos do Ensino
Fundamental as cosmovisões da religiosidade indígena e africana,
comecei recitando este belo texto. Por intuição, sugeri aos alunos e
alunas que quisessem, fizessem livre interpretação da poesia através
do desenho. Disse a eles que estudaria uma forma de publicar seus
desenhos no meu site.

Para minha surpresa, recebi vários desenhos super interessantes
representando os cenários e os personagens que envolvem a poesia.
Seguem, numa sequência de slides, abaixo.

 

CANÇÃO MÍNIMA

No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;

no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.

Poema de CECÍLIA MEIRELES
In Vaga Música, 1942

 

Desenhos criados por alunos dos sextos e sétimos anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Zeferino de Costi de Passo Fundo, RS. Alunos participantes: Giórgio, Igor Detoni, Ana Laura, Lívia Hahn, Ketly Macedo e Isabely).
Desenho em destaque: aluna Maria Gevana L. Cassasola.

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